quarta-feira, 29 de julho de 2020

Carlson Gomes e Zé Lins serão mesmo candidatos?



Com o adiamento das eleições os postulantes ao cargo executivo em Currais Novos tiveram mais um tempo para se articularem, esse é o caso de Carlson Gomes e Zé Lins, o primeiro mesmo tendo assumido a Secretaria de Obras em Natal, ainda assim pode concorrer em Currais Novos. Isso porque a legislação eleitoral permite que os que o ocupem cargos fora da cidade possam concorrer mesmo sem ter se afastado. 

Quanto ao ex-prefeito Zé Lins, alguns de seus amigos e correligionários tem levantado essa questão nos últimos dias, segundo Zé Lins sua candidatura já estaria permitida pela Justiça Eleitoral, o problema foi uma condenação recente a pagamento de uma multa por Improbidade Administrativa, para poder ser candidato ele precisará ter todas as certidões negativas, sem falar que foi exatamente por causa de uma multa, que o TRE em 2012 não permitiu o mesmo seguir adiante na disputa. 

Uma coisa eu posso arriscar em dizer aqui, não teremos tantos candidatos assim, tem gente aí se valorizando para emprestar seu apoio a João Neto, só não posso afirmar quem são. Digo isso meus amigos, porquê uma candidatura a prefeito em Currais Novos não se constrói de uma noite para o dia. Deixamos de ser curral do Coronel Cipriano Lopes Galvão há muito tempo, para alguém chegar e querer convencer nosso eleitorado em cima da hora. Uma eleição aqui se faz com grupos de apoios, partidos e apoiadores políticos, até porque não se governa uma cidade sozinho. 

Eu conheço bem João Neto e sei que ele de besta não tem nada, se alguém tá pensando levar alguma vantagem com esses supostos ensaios tá se enganando, JN quer o apoio de ambos, mas não tá disposto a se desfazer do que tem pra disputar uma eleição, que venha custar os olhos da cara. Para ele retirar sua pré-candidatura é daqui pra alí, isso eu tenho a absoluta certeza, quem quiser apoiar que se aproxime, isso serve para os partidos que por acaso também, queiram se aproximam dele em busca de recursos.




segunda-feira, 27 de julho de 2020

Em Live Daniel Bezerra estuda um Projeto de um Banco Popular para Currais Novos


Seguindo uma série de lives que vem realizando em seu Instagram, o empresário e pré-candidato a vereador Daniel Bezerra, trouxe como convidado, o advogado da cidade de Caraúbas, o Dr. Canindé de Freitas, especialista em Projetos Solidários.

Juntos eles falaram da importância de se ter um Banco Popular e uma moeda local em Currais Novos, visando a melhoria para aqueles menos favorecidos que vivem nas comunidades periféricas e na Zona Rural da cidade, onde os recursos são uma coisa distante de sua realidade.

Daniel ainda acrescentou que, a função dos bancos populares é de levar os serviços financeiros de uma maneira mais solidária para aquelas pessoas de baixa renda.

A ideia do banco popular surge do embasamento filosófico, histórico e prático. Passando assim a defender esta causa.

Canindé pretende criar em Caraúbas um banco popular, visando melhorias para a cidade, principalmente para os bairros e zonas mais afastadas.

Onde o banco seja um instrumento de fomento para a economia local, com o compromisso de retorno com juros pequenos ou até mesmo zero, para ser a sustentabilidade do banco, e pagando-se até os abones com a própria moeda local. Onde também é possível o poder público injetar dinheiro, finalizou.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Trabalho da Secretária Alana Moraes tem o reconhecimento da população de Currais Novos


No dia de seu aniversário quero aproveitar para falar sobre o bom desempenho da secretária de saúde de Currais Novos, Alana Moraes veio do corpo técnico da Prefeitura e não foi uma indicação política, antes de assumir a pasta já havia passado por uma coordenação e já chamava atenção do então secretário da época Luciano Oséias.

Todos sabemos o quão é espinhosa a função de secretário, e da saúde nem se fala, todo dia a demanda por médicos, exames e remédios só aumentam, boa parte da população não sabe destinguir o que é de responsabilidade do município, estado ou união. Por isso por muitas vezes, as críticas caem muito mais em quem está mais próximo, que seria o titular da pasta e o prefeito da cidade. 

O cidadão pode e deve cobrar, como também reclamar se falta serviços ou se são feitos de maneira errada, mas uma coisa, grande parte irá concordar, Alana Moraes faz um excelente trabalho na saúde de Currais Novos. Não porque ela tenha toda essa experiência no assunto, pelo contrário, é uma jovem ainda, que está somando conhecimentos ao seu trabalho que exerce. Porém uma coisa não falta à secretária de saúde, algo que é fundamental no setor público, A BOA VONTADE E ATENÇÃO PARA COM O CIDADÃO, sou testemunha de várias pessoas elogiando a respeito de sua postura e atenção. 

Não é fácil para o gestor acertar nas suas escolhas, muitas vezes o valor do salário não é atrativo para se conseguir bons profissionais, e achar um bom secretariado que preencha os critérios técnicos e sensibilidade política é o segredo do bom andamento de uma gestão. Evidentemente que um secretário para fazer algo, precisa também do interesse do prefeito, e acima de tudo da cooperação dos colaboradores, me parece que essa fórmula foi a encontrada na pasta da saúde de nosso município, ela tem sido um bom modelo para as demais pastas.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Os Desafios Do Setor Produtivo No Período Pós-Pandemia - Por Sílvio Torquato


O empresário e pré-candidato a vereador Daniel Bezerra, teve uma conversa com o Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico do RN em uma Live, onde abordaram um assunto de suma relevância para o cenário de nossa economia pós pandemia.

O Secretário começou falando sobre os decretos existentes que beneficiam os centros de distribuição de medicamentos e atacadistas.
Exemplo disso, foi que, segunda-feira (13) começou a funcionar em Natal uma distribuidora de medicamentos, a Santa Cruz, que é um dos maiores grupos de distribuição de medicamentos do Brasil, distribuindo medicamentos para toda a região Nordeste.

Torquato ainda falou sobre a preocupação em encontrar um local propício para instalar uma fábrica de leite em pó, aqui na nossa região, onde beneficiaria diretamente com vários empregos, além de fortalecer ainda mais a bacia leiteira do Seridó “Só teremos uma bacia forte, no dia que tivermos uma Usina de Secagem de Leite em Pó”, acrescentou o Secretário.

Devido a pandemia, segundo o Secretário, todos os projetos de implantação de indústrias para serem iniciados este ano foram cancelados, e completou que, devemos sofrer ainda uns 6 meses dentro do programa de implantação.

Mas, a boa notícia é que o mercado de confecções vai ter uma virada muito grande, e com isso temos esperança de que com a mão de obra qualificada e com o ambiente propício para as confecções na região do Seridó, teremos um grande impulso na nossa economia, finalizou o Secretário.

Produzido, editado e escrito temporariamente por Gabriel Beserra.


terça-feira, 21 de julho de 2020

Odon Júnior, João Neto e Millend Garcia - Disputarão o voto do curraisnovense em 2020


Tudo indica que para as eleições desse ano o eleitor de Currais Novos terá três opções para votar na disputa majoritária, com a confirmação da pré candidatura do vereador João Neto e a do Capitão Garcia, a oposição irá se dividir em dois palanques para tentar impedir a reeleição do prefeito Odon Júnior.

A expectativa agora é a confirmação dos nomes dos vices que irão compor as chapas de Odon e João Neto, já que Millend já escolheu a professeroa Ivania como a sua vice. João Neto já fez alguns convites e aguarda a resposta, segundo os bastidores da política local, a intenção dele seria contemplar o grupo do deputado Ezequiel e ao mesmo tempo Carlson Gomes. 

Ezequiel observa à distância o movimento em sua cidade, atual parceiro do governo estadual com indicações em secretárias e cargos, inclusive em Currais Novos. Estaria o presidente da Assembléia disposto a comprar a briga eleitoral de João Neto? Essa é uma dúvida que paira no ar, os interesses do deputado são mais para 2022 do que para esse ano. Já Carlson Gomes tem interesse em indicar o vice de João Neto, sua esposa poderia ser a bola da vez nesse momento, dentro da família Gomes em nossa cidade.

Já na chapa governista segue a indefinição, pelo menos é o que se parece, o prefeito Odon Júnior pretende anunciar em breve sua decisão, mas especulações apontam para o grupo de Izinho Brandão ser prestigiado dessa vez, com a possibilidade de Anderson Alves disputar uma cadeira no legislativo, o PCdoB tem muito interesse nessas vagas, ocupar um espaço na Câmara Municipal se apresenta também como uma grande prioridade do partido. 

Sabemos que essas decisões passam pelo crivo das lideranças estaduais, a Governadora Fátima, seu vice Antenor e a senadora Zenaide devem chegar a um consenso da escolha tomada pelo prefeito. Já o PSB do deputado Rafael Motta pretende ser consultado nessa questão, assim como demais partidos que deverão compor o apoio ao atual gestor do município, isso Odon Júnior sabe que é natural e leva essa situação com bastante cautela e serenidade.

As peças estão se movendo no tabuleiro político, a população já começa a observar as opções para esse ano e aos poucos vão tomando partido, a campanha deverá ser mais racional devido a Pandemia, com menos aglomerações e mais atenção nos debates que serão realizados na TV, Rádio e Internet. O resultado só saberemos dia 15 de novembro, mas cada correligionário já fazem suas apostas, entre os que pretendem mudar e os que escolherão permanecer na mudança.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Três anos se passaram e a Rádio Câmara não saiu do papel


Três anos que a Rádio Câmara foi liberada pelo Ministério das Comunicações e o presidente João Neto não cumpre sua promessa, de colocar no ar esse meio de comunicação do nosso legislativo. Seria um veículo importante para divulgar ainda mais as ações dos vereadores, nossa zona rural seria a maior beneficiada já que o rádio ainda é bastante utilizado por lá.

A implantação da Rádio Câmara também abriria oportunidades para vários profissionais de comunicação, como também poderia ser uma escola para outros que pretendem iniciar nessa profissão. Antes que o vereador João Neto alegue ser desnecessário, esse argumento cai por terra, já que a Câmara Municipal vem tendo gastos com divulgações em rádios da cidade. 

Promessa é dívida presidente João Neto, seria mais uma realizações importante de seu mandato e dos pares daquela casa do povo, com orçamento e recursos disponível em caixa, estaria faltando apenas a vontade de fazer, a população como um todo será beneficiada com mais esse meio de comunicação, uma oportunidade para verem e cobrarem as ações dos vereadores.

#BlogDanielBezerra

Produzido, editado e escrito temporariamente por Gabriel Beserra.

Daniel Bezerra escolhe a Bandeira do Desenvolvimento


Na última segunda-feira o presidente do PSB de Currais Novos, o empreendedor Daniel Bezerra, esteve participando de uma live com Francisco Touché, ex-secretário do município de São José do Seridó, Touché foi um dos grandes responsáveis pelo grande avanço no desenvolvimento daquela cidade, que hoje tem a melhor renda per capta do RN e baixíssimo número de desempregados.

Daniel Bezerra pretende se lançar candidato a vereador esse ano, será a sua segunda tentativa, em 2016 ele decidiu sair de última hora, ainda assim conseguiu a marca de seus 446 votos. Esse ano ele pretende fazer  diferente, com uma pré campanha já mais organizada e pautas bem definidas, o pré candidato irá priorizar algumas bandeiras, a principal delas será a do DESENVOLVIMENTO E GERAÇÃO DE OPORTUNIDADES. 

Na live os dois firmaram um compromisso de juntos planejarem um projeto semelhante para Currais Novos, apesar do momento de crise devido a pandemia, Touché e Daniel ainda vêem nos próximos anos um mercado para o setor de oficinas de costuras no Seridó, de preferência para a cidade de Currais Novos. 

"Com vontade política e parcerias com a iniciativa privada esse sonho pode ser uma realidade", disse Daniel Bezerra, hoje ele tem uma aproximação muito boa com o prefeito Odon Júnior e seu vice Anderson Alves, e garante que a gestão está aberta para apoiar essa iniciativa. 

Daniel afirma que  "Currais Novos está se preparando para uma nova fase no seu desenvolvimento, e a Prefeitura será uma grande parceira para muitos projetos. Assim confia o nosso partido e nosso grupo, esse será um dos motivos de caminharmos juntos pelos próximos anos com a gestão atual."

Produzido, editado e escrito temporariamente por Gabriel Beserra.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Professora Ivania Torres será a vice de Millend Garcia



O Capitão Garcia do PSL já tem sua vice, é a educadora Ivânia Maria Oliveira Torres, a mesma é filiada ao PSC do então deputado estadual coronel Azevedo. Ivânia foi diretora da 9° Direc, hoje atua como diretora da escola estadual Capitão Mor Galvão, em conversa na noite desta quinta feira 9, entre  o PSL e PSC local, fecharam a parceria nas eleições desse ano de 2020.

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Produzido, editado e escrito temporariamente por Gabriel Beserra.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Os bancos e o capitalismo


(Texto de referencia: Ladislau Dowbor, no livro “O Pão Nosso de Cada Dia”, 2015)


Os bancos são intermediários financeiros necessários que trabalham com dinheiro dos outros, nosso dinheiro; São facilitadores nas transações do mundo real, nas atividades comerciais, e realizam atividades meio, apenas conectando as atividades fins  (produtiva), então, quanto mais eficientes forem, e custarem menos, melhor.

Ocorre que estes se tornaram, nos dias atuais, intermediários obrigatórios e são poucos, no que se transformaram em atravessadores, com poder de travar e ou facilitar mediante altos lucros.

Devido as novas tecnologias, o dinheiro, que é a matéria-prima bancária, hoje é imaterial, e passou a ser representado apenas como um sinal magnético na conta ou no cartão de crédito. Do outro lado, praticamente quem trabalha, hoje é obrigado a utilizar os serviços de intermediação financeira para guardar, aplicar, receber os salários, receber um valor de uma venda, ou apenas para fazer pagamentos. Esse mecanismo gerou muito poder.

Quando em 2008 os governos deram trilhões de dólares de dinheiro público a esses grupos privados, que tinham realizado especulações irresponsáveis, em detrimento de políticas sociais, salários e outros direitos, isso espantou até os mais informados.

Além desse fato, existem outros mecanismos de apropriação do dinheiro público por esses grupos privados. A alavancagem, é um desses mecanismos, que se permite ganhar dinheiro em cima de dinheiro que não se tem. 

Essas instituições nos sugerem que se há uma poupança sendo remunerada a 3,25% ao ano e empresta esses valores a 36%, ele ganha sobre a diferença. Agora, na realidade, ele empresta muito mais, muito além das poupanças depositadas, o que é mais arriscado, mas, nas vias normais as pessoas raramente retiram efetivamente o dinheiro do banco, na prática ele empresta 9 vezes dos valores depositados (se cumprir o Acordo de Basileia II), sem pagar nenhuma remuneração.

Para o leitor ter ideia o Lehman Brothers, um dos maiores do mundo, emprestou 31 vezes mais dinheiro do que tinha em caixa para emprestar, a custo zero, lucros fenomenais. Ganha-se muito com a alavancagem, com dinheiro que não se tem. Tudo legalizado (!).

Outro mecanismo é o Carry Trade, onde grupos financeiros mundiais, pegam dinheiro emprestados a 1% ao ano no Japão e o aplicam em títulos da dívida pública brasileira, que rendem 10%. Ganhando com as diferenças de juros sem sair da frente do computador em Genebra, e assim realizam lucros gigantescos, e o que gera uma volatilidade mundial de fluxos financeiros, sem nenhuma atividade econômica real por trás, e chamam isso de ‘mercados’. (Você deve estar a pensar, mas a Selic está em 2,25% aa? Ocorre que existem trilhões de reais já emitidos, circulando, a taxas muito maiores, com vencimentos para 2025, 2035, 2045...)

Existem ainda outros mecanismos como o High Frequency Trading, que são sistemas pré-programados que realizam compras e vendas de papeis em grandes escalas, em segundos; ou a Arbitragem, que trabalham com pequenas diferenças de preços (de moedas (U$) em diferentes bolsas).

Essa financeirização do sistema econômico mundial tornou a intermediação muito mais lucrativa que a atividade produtiva, o que formou uma classe social de rentistas, bilionários que lucram com o trabalho dos outros. Como os lucros sobre as aplicações financeiras são muito maiores que o ritmo da evolução do PIB, isso gera uma desigualdade crescente (entre ricos rentistas e a classe trabalhadora).

No Brasil existem ainda mais mecanismos: o cartel dos bancos, o sistema Selic e a evasão fiscal. No cartel, mesmo informal, não existe aqui poder regulador (CADE, BACEN?) que contenha as taxas elevadíssimas praticadas. No sistema Selic os bancos passaram décadas rentabilizando as captações via poupança em valores menores e embolsaram a diferença. E o terceiro mecanismo mais importante é a evasão fiscal, através dos paraísos fiscais, e estimasse que do Brasil existem cerca de US500 bilhões aplicados lá, com zero de tributação, aplicados por grandes players (HSBC, Goldman & Sachs, e semelhantes), sendo administrados em Miami ou Londres (principais praças financeiras do mundo, segundo o The Economist).

Longe do seu papel de fomentador das atividades econômicas, o sistema tornou-se uma especulação internacional que trava as atividades econômicas e qualquer restrição a essa máquina lucrativa gera reações duras, na mídia econômica e da grande mídia comercial brasileira.

Graças ao ex-presidente americano Ronald Reagan e a primeira ministra britânica Margareth Thatcher, o último sistema de regulação financeira mundial, criado em 1929, foi totalmente desmantelado.

No Brasil existem duas instituições que parcialmente cumprem ainda as funções de intermediação financeira à produção, e que escaparam das privatizações da era FHC, e mantiveram o financiamento ao setor produtivo do agronegócio e o imobiliário (o BB e a CEF).

A regra que interessa a sociedade é simples, o dinheiro deve ficar próximo de quem pode fazer algo útil com ele, e a administração privada desses recursos públicos (poupança popular) faz com que esses grupos possam fazer o que querem com o dinheiro dos outros.
O Estado, como principal agente público é indispensável não só como regulador, mas como fornecedor de serviços financeiros que permitam introduzir concorrência e racionalidade nesse sistema.

Então, da próxima vez que for numa agência, não desconte sua indignação no vigilante ou no funcionário, lembre-se que é o Governo Federal quem regula no Brasil, e que é esse mesmo governo que está prometendo, em todas as entrevistas (via Paulo Guedes), vender suas duas únicas instituições que poderiam fazer mais.

sábado, 4 de julho de 2020

Democracia, só se for à dos Trabalhadores


Movimentos e entidades organizam neste fim de semana a 'Virada da ...
 
(Trecho extraído do Livro Reflexões Sobre o Socialismo de Maurício Tragtemberg)

"O processo de acumulação capitalista depende de certas precondições relacionadas aos trabalhadores. Estes devem:
a) estar separados dos meios de produção;
b) ter liberdade de vender sua força de trabalho sem constrangimento escravista ou servil;
c) maximizar os lucros patronais, seja estendendo sua jornada diária de trabalho, seja intensificando seu ritmo de trabalho.

Esse processo, em sua totalidade, é comandado pela lógica do capital, que procura integrar o trabalhador. O trabalhador assina o contrato de trabalho porque não tem outra opção de sobrevivência. Na fábrica tudo conspira contra a inteligência do operário, expropriado dos meios de produção, dos frutos do trabalho e do conhecimento. Integrado à linha de produção ou vinculado à máquina, o trabalhador constitui “uma máquina” entre máquinas; ele perde a consciência.

A tomada de consciência ocorre quando o trabalhador rompe o isolamento, cria uma forma coletiva de expressão. Uma barra de ferro que interrompa a velocidade da linha de produção pode simbolizar sua retomada de consciência; é uma reação objetiva contra a divisão de trabalho que lhe é imposta, contra a disciplinação a que está submetido.

No universo fabril desenvolve-se uma consciência operária ambígua: a contradição entre o egoísmo individual e o interesse coletivo. A organização taylorista do trabalho, fundamentada na propriedade privada ou estatal e na separação do operário em relação a seu trabalho, visto como mera tarefa, produz o egoísmo, o isolamento e a submissão.

A revolta contra essa expropriação produz a ideologia coletivista. O egoísmo aparece como produto do capital; o coletivismo, como rebelião do trabalho. À medida que o trabalhador percebe que o próprio processo de trabalho divide e, ao mesmo tempo, liga seus companheiros pela cooperação, e que a conquista de qualquer reivindicação depende da união de todos eles, verifica que o conceito “indivíduo” é um mito criado pelas revoluções burguesas desde o Renascimento.

A cronometria do rendimento do trabalhador e a separação entre trabalho intelectual, concentrado na gerência e no planejamento, e trabalho manual, função do operário, implicam maior produtividade para o capitalista e maior exploração do trabalho operário. E isso acontece em escala universal.

O mercado mundial, criado pelo capitalismo já em sua época monopolista, integra o trabalhador e sua família, subordinando-os a esse mercado. O homem existe para o mercado, seja como produtor direto seja como consumidor.

Essa internacionalização das relações de produção capitalistas produz, consequentemente, a necessidade da organização operária a nível internacional."

O texto acima reflete como nasce o problema da desorganização dos trabalhadores, e como isso é aproveitado pelo empresariado para sua exploração.

A solução é um pouco mais complexa, pois exige a formação de diversos mecanismos dos trabalhadores, em forma de associações, que podem vir com diversos nomes, como: comitês, conselhos, sindicatos, partidos políticos, até chegar àquilo que se propõe na verdade, que é a democracia da classe operária, sem intermediários, políticos profissionais, ou uma vanguarda que possa vir a desvirtuar os propósitos da massa trabalhadora em prol de si mesma. 

A democracia direta dos trabalhadores é a última e definitiva forma de se fazer a luta de classes e cada vez mais o Capitalismo cria as condições para que ela venha a ocorrer através dos meios tecnológicos já disponíveis.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Organizações sindicais e a política socialista (por: Gabriel Beserra)


Sindicato deve representar toda a categoria indistintamente    

     A formação do sindicalismo ocorre em meados do século XIX através da luta operária com a formação da classe trabalhadora na revolução industrial, a partir das péssimas condições de trabalho e baixos salários, os operários, principalmente na Europa, se organizaram em buscas da defesa de interesses homogêneos.

     Mas essa formação nunca foi, de fato, um braço direito de uma formação global do pensamento socialista e da luta das massas frente as injustiças sociais, e pouco representou, para além dos interesses das próprias classes operárias, os anseios da sociedade subjugada pela burguesia capitalista.

     Com a modernidade houve a formação de uma espécie de sindicatos corporativos, um chamado sindicalismo de mercado, que possui características pouco socialistas, como: a busca apenas dos interesses coletivos daquela classe e sua afirmação de identidade; uma tensão entre a defesa de seus interesses e as demais lutas mais gerais contra a opressão; a priorização nas suas relações ‘normais’ de emprego com a formação de contratos de empregos permanentes e, finalmente, limitação das suas bases apenas no campo nacional e não mais internacional.

     Com o advento do Estado de Bem Estar Social os sindicatos, o patronato e o Estado, firmaram uma espécie de contrato, que garantiu alguns direitos a classe trabalhadora e criou mecaninismos que geraram a impressão da possibilidade de haver ‘mobilidade’ social ao trabalhador na Europa e EUA. Tais mudanças tiveram consequências significativas no sindicalismo, que passou a ser parceiro do Estado, e causou perdas da sua influencia junto às suas bases.

     Essa nova lógica canibalizou as velhas bandeiras do movimento operário, que acabou sendo um reforço a economia capitalista e a fragilização do sindicalismo (Santos e Costa, 2004).

     Diante desse cenário houve uma progressiva desfiliação, embora que no funcionalismo público manteve-se elevado, o que se liga ao desenvolvimento de lógicas neocorporativas nos setores mais estáveis. Há nessa classe mais estável uma espécie de pensamento que o trabalho lhe traz uma satisfação baseado no equilíbrio e status social. Porem esse cenário laboral entrou em decadência devido a instabilidade devido as dificuldades das empresas com redução de efetivos, reestruturações dos sistemas produtivos e até o fechamento completos dos postos de trabalho com a deslocalização de muitas empresas multinacionais.

     Essas constantes inseguranças causam desilusão e frustração da classe trabalhadora, um sentimento permanente de medo, e distanciamento da vida coletiva, fechando-se em si próprios ou só extrapolando para a vida familiar. Essa frustração, mesmo sendo baseada em fatos até mais fortes que no passado, geram a procura de soluções individuais em nível profissional, e dificulta a ação coletiva.

     Porem, como toda ação tem reação, a reflexão coletiva e a sensibilidade em relação a questão da precariedade podem fazer emergir uma nova tomada de consciência que conduziria a novas lutas organizadas, e que precisará gerar uma reforma organizacional desse importante instrumento de mobilização social que é o sindicalismo, devendo se afastar desse modelo atual burocratizado, organizado, que existe apenas para sua própria manutenção e interesse de sua cúpula funcional, devendo, em alguns casos, de novas formações, desde seu início, para que possa se aproximar, novamente, do interesse coletivo, e das demais novas formas de manifestações sociais que ocorrem no meio comunitário, como movimentos estudantis, antirracistas, feministas, ambientalistas, pacifistas, por exemplo.

     Para algumas classes de trabalhadores, onde hoje os sindicatos são muito burocratizados, como bancários, funcionários públicos, associações de policiais militares, esse processo será mais difícil, o que é uma perda mensurável frente ao número de trabalhadores que representam e sua influencia benéfica que teriam nos demais, se adotassem um comportamento mais coletivo e menos corporativo.